A destruição de séculos de memória da história brasileira, resultado do incêndio ocorrido domingo no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi tema de pronunciamentos nessa segunda, no Plenário da Assembleia. A presidente da Comissão de Educação da Casa, deputada Teresa Leitão, do PT, leu nota da Secretaria Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores sobre a tragédia. Segundo a parlamentar, o incêndio reflete decisões do Governo Federal, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Por isso não nos furtamos de dizer que um país onde se congela por 20 anos os investimentos em saúde, educação e cultura, até o passado se transforma em cinzas. Imagine o que será o futuro desta nação a perdurar esse entendimento político e essa forma de gestão do nosso país”.
Romário Dias, do PSD, considerou o incêndio da instituição científica um dos maiores crimes da história do Brasil. “É uma coisa irreparável, por mais que se tente reconstruir, é um prédio de muito valor histórico, e seu acervo, que foi destruído nesse incêndio, realmente é lamentável.”
Para o deputado Odacy Amorim, do PT, a destruição do maior museu de história natural do país é uma “lição amarga” para os governantes e para a classe política. “Faço um apelo aqui ao governador Paulo Câmara, faço um apelo ao prefeito, a todos aqui da política, vamos cuidar dos nossos museus, um apelo ao Congresso Nacional, para poder ter cuidado com isso, porque o museu é a nossa memória, é a nossa história, e não pode se apagar assim.”
Na reunião dessa segunda, Odacy Amorim lamentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que negou o registro da candidatura de Lula à Presidência da República. Segundo o parlamentar, o ex-presidente fez o melhor governo da história política do país e tirou do papel diversas iniciativas, a exemplo da implantação de instituições de ensino superior no Sertão do São Francisco.
O deputado Antonio Moraes, do PP, cobrou uma solução para a falta de médicos nos postos de saúde de cidades do Sertão do Araripe. Ele apontou que a situação é resultado do desacordo entre a categoria e o Ministério Público Federal, que exigiu em resolução o cumprimento da carga horária de trabalho de oito horas para os profissionais. “Os médicos realmente não aceitaram e parece que é o que consta na atual legislação e era importante que houvesse um entendimento porque nessa quebra de braço entre o Ministério Público e os médicos, quem tá pagando é a população.”
O deputado Edilson Silva, do PSOL, pediu o apoio dos demais deputados para a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Metropolitana. O requerimento para instalação do colegiado deixou de ser votado novamente nessa segunda por falta de quórum. Para Edilson, houve uma articulação dos deputados Lucas Ramos e Isaltino Nascimento, ambos do PSB, para “interditar” a criação da frente parlamentar. Em resposta, Lucas Ramos afirmou que não houve qualquer influência dele ou do deputado Isaltino no sentido de boicotar a iniciativa, e que apenas se posicionou contra a abertura do colegiado.